Figura Espiritual

A Figura Espiritual de São José

O Evangelho de Mateus apresenta José como um homem justo:

"Eis como foi o nascimento de Jesus Cristo. Maria, sua mãe, estava prometida a José; ora, antes de que vivessem juntos, ela concebeu pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo." (Mt. 1, 18-19)
A generosidade e a grandeza de José encontram-se reveladas nestas poucas palavras. Mas José foi mais longe no dom de si ao aceitar tornar-se o pai verdadeiro desta criança chamada a salvar a humanidade. Ele serviu dignamente os desígnios de Deus e amou de todo o seu coração este Emanuel, Jesus, Deus-connosco.

Na simplicidade e na discrição

Toda a vida de José, trabalhador manual, originário de um meio modesto, artesão, encarna a santidade da vida quotidiana. Ele é o modelo das pessoas comuns, das pessoas chamadas a realizar a sua vocação de filhos de Deus, dia após dia, na simplicidade e na discrição.

Nas Escrituras, não é citada uma única palavra de José. Os evangelistas mostram-nos um homem que age de acordo com a sua consciência e que obedece às diretrizes do anjo do Senhor. Na vida familiar em Nazaré, ele será guiado pelo cumprimento do dever próprio do seu estado. Ele transmitirá valores de altruísmo e honestidade a Jesus menino, depois adolescente. Por outras palavras, ele fará como milhões de pais, ele procurará educar bem o seu filho para depois o deixar ir à sua vida, chegado o momento. 

Uma vocação fora do comum

José não é um atleta da fé. Nada disso. Mas ele agiu como todos os fiéis do seu tempo, observando as Escrituras, realizando as peregrinações exigidas pela Lei e orando dia a dia. É um santo autêntico, porque ouviu e aceitou o chamamento de Deus para viver uma vocação fora do comum, a de se tornar o pai terreno de Jesus. Ele viveu segundo esta vocação de esposo, de pai, de trabalhador, de boa pessoa. Ele é um justo, uma inspiração e um companheiro para todos os crentes "comuns", todos os que vivem as suas vidas sem fulgor, mas na fidelidade à sua fé e à sua própria vocação. 

Guardião, protetor, apoio

São José sustenta os crentes em muitas dimensões das suas vidas. Com efeito, ele é invocado de muitas maneiras: guardião dos corações puros, esperança dos doentes, consolador dos aflitos, patrono dos moribundos. Também o encontramos como modelo dos trabalhadores, protetor da Igreja, apoio das famílias e terror dos demónios. Estes múltiplos títulos mostram-nos um santo presente no quotidiano, no sofrimento, nos receios e na esperança de quantos o invocam.


No calendário litúrgico São José é festejado:

- a 19 de Março como Esposo da Virgem Maria 

- a 1 de Maio como patrono dos trabalhadores

Felicitação a São José

Pai meu, São José,
eu vos felicito pela dita,
pela honra, pela glória 
que vos cabe, por serdes
Esposo da Mãe de Deus,
da Rainha do Céu e da
terra, dos Anjos e dos
homens; fazei-me 
participante de vossa 
grande dita e felicidade
nesta vida e na outra.

São José, rogai por nós.

Sua Emma. Rvma. o Cardeal Casañas, Bispo de Barcelona, concede 100 dias de indulgência por cada vez que se recite com espírito de piedade e devoção a oração que antecede.

Dizia São Francisco de Sales...

Dizia São Francisco de Sales de São José: "Se é verdade o que devemos acreditar, que, em virtude do Santíssimo Sacramento que recebemos, os nossos corpos hão de ressuscitar no dia do Juízo Final, como podemos duvidar de que Nosso Senhor tenha feito subir ao Céu, em corpo e alma, o glorioso São José, o qual teve a honra e a graça de trazê-Lo tantas vezes em seus braços benditos? Não resta dúvida, pois, de que São José está no Céu em corpo e alma".

Oração a São José, protetor do lar

São José nosso lar governai
E as bençãos celestes derramai
Sobre nossa pequena lareira
Para que reinem o amor e a
união verdadeira.
Que a paz e a alegria nos alentem
E o temor de Deus nos sustente;
Para nossa estrada ao céu conduzir
E a virtude ornar nosso agir.
Peço-vos hoje de coração
Entre nós ficai em união!
Dou-vos agora, com alegre olhar,
A chave da ventura do lar.
Da casa suplico-vos afastar
O que lhe possa dano causar.
Encerrai a mim e aos meus, 
No coração de Jesus, nosso Deus,
Para vivermos aqui, ó São José,
Como vós na casa de Nazaré.
Ámen!

O cordão de São José

O significado do cordão: Jesus exorta-nos a que nos preparemos para a vida eterna com a pureza de vida e as obras santas, afirmando em São Lucas "...Estai preparados, cingidos e com a lâmpada acesa..." (12,35).

O cordão significa a pureza; é símbolo de fé. Diz São Paulo: "Cingi-vos com o cordão da verdade...". (Ef. 6,14). É também símbolo de justiça e de fortaleza, e símbolo de penitência.

Origem: Contam os Bolandistas (grupo de colaboradores jesuítas que prossegue a obra hagiográfica iniciada no século XVII pelo padre Jean Bolland (1596 - 1665) em Anvers, dedicada à recopilação de todos os dados possíveis sobre os santos católicos, que no ano de 1659, uma freira de Anvers (Bélgica), de seu nome Elizabeth (Isabel), obteve uma milagrosa cura fazendo uso de um cíngulo (cordão) benzido em honra de São José. O seu exemplo foi depois seguido por numerosas outras pessoas, que alcançaram graças espirituais e também corporais e experimentaram sensivelmente a proteção do santo Patriarca.

Como está feito? É de lã ou de algodão branco, comprido quanto baste para circundar a pessoa e que caia um dos seus extremos com 7 nós, em memória das dores e alegrias de São José.

O cordão deve ser benzido por um sacerdote.

A benção litúrgica foi aprovada pelo Papa Pio IX a 19 de Setembro de 1859, e encontra-se no ritual romano. Compõe-se de cinco orações. Na primeira, invoca-se a benção sobre o cordão, que se chama "documento de castidade"; na segunda invoca-se o dom da pureza de mente e de corpo; na terceira, novamente, se invoca a intercessão de São José, custódio de Jesus e Maria, para a castidade; na quarta roga-se por uma vigilante espera da boa morte. O sacerdote, nesse momento, abençoa e incensa os cíngulos e conclui com uma quinta oração, invocando de Deus o dom da perseverança e a vida eterna.

O cordão tem que circundar a pessoa. Pode ser usado também entre a roupa. Benze-se somente o primeiro; os outros sucessivos (em caso que se perca o primeiro) não é necessário que sejam benzidos; não necessitam a imposição por parte do sacerdote, bastando a benção e o ritual já impostos por ele no primeiro cordão.

O uso do cordão é particularmente recomendado às pessoas doentes.


Mas vejamos mais detalhadamente o milagre do cordão de São José:

Foi no século XVII, em Anvers, na Bélgica, no convento das Agostinhas.

Ia já para três anos que Soror Isabel Sillevorts se via atacada pelo mal-de-pedra (cálculo renal). Dores lancinantes. Os recursos da medicina, baldados.

Animada pela mais firme confiança no patrocinio de São José, Soror Isabel, tendo obtido do sacerdote que lhe benzesse um cordão, cinge-o em homenagem ao grande Patriarca, abandona os recursos da medicina e começa com todo o fervor uma novena de súplicas ao Esposo puríssimo da Virgem Mãe de Deus, certa de que seria por ele ouvida e curada.

Dias depois, a 10 de Junho de 1649, quando por entre os estertores de agudíssimo sofrimento a pobre fazia ao santo a mais ardente súplica, eis que de repente se vê livre de um cálculo de desproporcionadas dimensões e completamente curada.

Rápida foi a repercussão do milagre, que muito serviu para consolidar nos habitantes de Anvers a devoção a São José, então já bastante espalhada.

Mais tarde, a 3 de Janeiro do ano seguinte, lavrou-se disso uma ata autenticada pelas assinaturas da Madre Priora do Convento, Soror Maria Martens, de Soror Catarina Martens, a enfermeira da Comunidade, e da própria agraciada, Soror Isabel  Sillevorts.

Em 1842, por ocasião dos piedosos exercícios do mês de São José, foi esse fato publicado na igreja de São Nicolau, na cidade de Verona, Itália, e muitas pessoas doentes, cingindo-se então com o cordão bento, experimentaram o valioso auxilio do santo Patriarca.

Daí se foi estendendo o uso do cordão de São José, e hoje não só é procurado para alivio das enfermidades corporais como também, e com igual sucesso, nos perigos da alma.

São José, Patrono da Vida Interior

São José, o santo do Silêncio.

É um caso excepcional na Bíblia:

um santo ao qual não se lhe ouve

uma única palavra.

Não é que tenha sido um desses seres

que não falavam nada,

mas seguramente foi um homem 

que cumpriu aquele mandato

do profeta antigo:

"Sejam poucas as tuas palavras".

Talvez Deus tenha permitido que de tão 

grande amigo do Senhor não se conserve

nem uma só palavra, para nos ensinar, 

também a nós, a amar em silêncio.

"São José, Patrono da Vida Interior,

ensina-nos a rezar, a sofrer e a calar".

Devoção dos Sete Domingos consagrados a honrar as Dores e Alegrias de São José

Devoção dos Sete Domingos a São José

Rezar devagar, meditando estas dores e alegrias:


Primeiro Domingo


A dor: quando estava disposto a repudiar a sua imaculada esposa.

A alegria: quando o arcanjo lhe revelou o sublime mistério da Encarnação.

Oração. Oh castíssimo esposo de Maria, glorioso São José, que aflição e angústia as do vosso coração na perplexidade em que estáveis sem saber se devíeis abandonar ou não a vossa esposa sem mancha! Mas qual não foi também a vossa alegria quando o anjo vos revelou o grande mistério da Encarnação!

Por esta dor e esta alegria vos pedimos consoleis o nosso coração agora e nas nossas últimas dores, com a alegria de uma vida justa e de uma santa morte semelhante à vossa, assistidos por Jesus e Maria.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Segundo Domingo

A dor: ao ver nascer o menino Jesus na pobreza.

A alegria: ao ouvir a harmonia do coro dos anjos e observar a glória daquela noite.

Oração. Oh bem-aventurado patriarca, glorioso São José, escolhido para ser pai adotivo do filho de Deus feito homem: a dor que sentistes vendo nascer o menino Jesus em tão grande pobreza, depressa se transformou em alegria celestial ao ouvir o harmonioso concerto dos anjos e ao contemplar as maravilhas daquela noite tão resplandecente.

Por esta dor e esta alegria alcançai-nos que depois do caminho desta vida possamos ir ouvir os louvores dos anjos e gozar os esplendores da glória celestial.

Pai nosso, Ave Maria e Glória.

Terceiro Domingo

A dor: quando o sangue do menino Salvador foi derramado na sua circuncisão.

A alegria: dada com o nome de Jesus.

Oração. Oh executor obedientíssimo das leis divinas, glorioso São José: o sangue preciosíssimo que o redentor Menino derramou na sua circuncisão vos trespassou o coração; mas o nome de Jesus que então se Lhe impôs, vos confortou e encheu de alegria.

Por esta dor e esta alegria alcançai-nos viver afastados de todo o pecado, a fim de expirar gozosos, com o santíssimo nome de Jesus no coração e nos lábios.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Quarto Domingo

A dor: a profecia de Simeão, ao predizer os sofrimentos de Jesus e de Maria.

A alegria: a predição da salvação e gloriosa ressurreição de inumeráveis almas.

Oração. Oh Santo fidelíssimo, que tivestes parte nos mistérios da nossa redenção, glorioso São José; apesar da profecia de Simeão acerca dos sofrimentos que deviam passar Jesus e Maria vos ter causado dor mortal, porém, também vos encheu de alegria, anunciando-vos ao mesmo tempo a salvação e ressurreição gloriosa que daí se seguiria para um grande número de almas.

Por esta dor e esta alegria consegui-nos ser do número dos que, pelos méritos de Jesus e a intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, hão-de ressuscitar gloriosamente.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Quinto Domingo

A dor: em seu afã de educar e servir o filho do Altíssimo, especialmente na viagem para o Egipto.

A alegria: ao ter sempre com ele o próprio Deus, e vendo a queda dos ídolos do Egipto.

Oração. Oh custódio vigilante, familiar intimo do filho de Deus feito homem, glorioso São José, quanto sofrestes tendo que alimentar e servir o filho do Altíssimo, particularmente na vossa fuga para o Egipto, mas quão grande foi também a vossa alegria tendo sempre convosco o próprio Deus e vendo derrubados os ídolos do Egipto.

Por esta dor e esta alegria, alcançai-nos afastar para sempre de nós o tirano infernal, sobretudo fugindo das ocasiões perigosas, e derrubar do nosso coração todo o ídolo de afeto terreno, para que, ocupados em servir a Jesus e Maria, vivamos só para eles e morramos gozosos no seu amor.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Sexto Domingo


A dor: a regressar a Nazaré por medo a Arquelau.


A alegria: ao regressar com Jesus do Egipto a Nazaré e a confiança estabelecida pelo anjo.

Oração. Oh anjo da terra, glorioso São José, que pudestes admirar o rei dos céus, submetido aos vossos mais mínimos mandados; apesar da alegria por trazê-Lo do Egipto se ter turvado por temor a Arquelau, no entanto, tranquilizado logo pelo anjo, vivestes ditoso em Nazaré com Jesus e Maria.

Por esta dor e esta alegria, alcançai-nos a graça de desterrar do nosso coração todo temor nocivo, possuir a paz de consciência, viver seguros com Jesus e Maria e morrer também assistidos por Eles.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Sétimo Domingo

A dor: quando sem culpa perde a Jesus e O procura com angústia durante três dias.

A alegria: ao encontrá-Lo no meio dos doutores no templo.

Oração. Oh modelo de toda a santidade, glorioso São José, que tendo perdido sem culpa vossa o menino Jesus, O procurastes durante três dias com profunda dor, até que, cheio de gozo, O encontrastes no templo, em meio dos doutores.

Por esta dor e esta alegria, vos suplicamos com palavras saídas do coração, intercedais em nosso favor para que jamais nos suceda perder a Jesus por algum pecado grave. Mas, se por desgraça O perdêssemos, fazei que O procuremos com tal dor que não encontremos sossego até encontrá-Lo benigno sobretudo em nossa morte, a fim de ir gozá-Lo no céu e cantar eternamente convosco as suas divinas misericórdias.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

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