São José e a confiança dos pobres

São José e o "milagre da manteiga"

São José é um bom ecónomo. Toda a instituição ou obra entregue ao chefe e provedor da Sagrada Família, jamais perece. Poderá sofrer dificuldades mas a confiança no querido patrono a salva de todo o perigo. Uma congregação religiosa da Flandres, as Pequenas Irmãzinhas dos Pobres, conta o Pe. Millot no seu "Tresor d`istoires", nomeou São José provedor de todas as suas casas.
Estabeleceram um Asilo de mendigos e velhos. Um dia a Irmã da Dispensa notou que a manteiga já não existia nos potes. Naquela região é um alimento de necessidade e preferem passar sem pão que sem manteiga. Os velhinhos ficaram desolados. Haviam pedido tanto a São José que nada lhes deixasse faltar no Asilo, principalmente a manteiga! Alguns mais caducos faltavam mesmo à reverência ao Santo em queixas bem amargas. A boa Madre Superiora, alma simples e caridosa, não perdeu a confiança. Ao ver que nem o dinheiro nem a manteiga apareciam, imaginou um expediente devoto para tocar o coração de São José. Mandou que alguns velhos trouxessem da capela a imagem de São José e a transportassem em procissão entre velas acesas, até à dispensa. Lá colocam a imagem entre os potes de manteiga vazios e acendem duas velas. - Pois, diziam eles, São José não volta para a capela enquanto não nos socorrer! E puseram-se a rezar em grupos sucessivos ante aquele altar improvisado e original. Chega a noite e... os potes vazios! Alguns velhos de vez em quando olhavam curiosos para dentro dos potes e sacudiam a cabeça desolados: - Nada! Nada! São José não mandou até agora a manteiga! Julgavam que por milagre os potes se haviam de encher sozinhos. A noite veio e foram deitar-se sem manteiga. No dia seguinte, logo pela madrugada, acendem de novo as velas e recomeçam as orações e a guarda a São José entre os potes vazios. Mas abriram-se de manhã as portas do Asilo e um capitalista da cidade apresenta-se à Madre Superiora.
- Madre, venho aqui pela primeira vez. Não conheço o Asilo e vejo-me obrigado hoje a visitá-lo.
- Obrigado?! pergunta a religiosa algo surpreendida.
- Sim. Durante toda esta noite sonhei com esta casa, os velhos, e alguém me repetia: - é preciso visitar o Asilo! Depressa, visita o Asilo! E nisto passei toda a noite, em sonhos que me importunaram. Levantei-me e aqui estou.
Permita-me uma visita ao estabelecimento. 
A Superiora leva-o à capela, aos salões dormitórios, e demais dependências. Chegam à dispensa. Lá estavam os velhos em oração diante de São José e dos potes vazios.
- Que é isto, Madre Superiora?
- Os velhinhos imploram a São José um pouco de manteiga para os potes vazios. Desde ontem rezam incessantemente. O capitalista riu-se e depois algo impressionado:
- Agora compreendo porque sonhei tanto esta noite e porque me diziam : - é preciso visitar o Asilo! São José me trouxe aqui. Pois mandem encher os potes de boa manteiga e pagarei as despesas. Não deixem faltar manteiga aos bons velhos. Os velhinhos felizes, e as boas Irmãs de joelhos, agradecem o favor a São José.
- Agora, bom São José, já podeis voltar para a capela! Muito agradecido meu São José! - murmurou um dos velhos ingenuamente.

São José em nossa agonia

São José é o patrono da boa morte. Os seus devotos têm a felicidade e o privilégio da graça da perseverança final. É crença nossa que os santos do céu na glória e na plenitude da caridade, têm um zelo especial para nos obter aqui na terra as mesmas graças que eles mais alcançaram quando viviam no exílio. Assim recorremos a Santo Afonso pedindo uma devoção ardente a Maria Santíssima, a São Tomás de Aquino a ciência das coisas de Deus, a Santa Teresa e Santa Teresinha do Menino Jesus, o amor de Deus, e assim invocamos os santos pelo que mais se empenharam e sofreram na terra, assim nos valham no céu. Ora, dentre todas as graças e privilégios dos santos, São José obteve um dos maiores: - a morte de amor nos braços de Jesus e Maria. Foi assistido, socorrido e amparado pelo Filho de Deus e pela Mãe de Deus. Pode existir melhor e maior padroeiro para a agonia? A alma cristã não acharia melhor protetor para a hora da morte. Invoquemos sempre estes três nomes benditos, terror do inferno e salvação das almas fiéis: Jesus, Maria e José!

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O Filho de Deus, tendo as chaves do paraíso, deu uma a Maria e outra a José, para que na hora da morte possam introduzir os seus devotos fiéis no lugar do refrigério e da paz. Santa Teresa narra as circunstâncias tocantes da morte de muitas Carmelitas devotas de São José e acrescenta: eu observei nelas, no momento de darem o ultimo suspiro, uma calma, uma tranquilidade inefáveis. Dir-se-ia que entravam em doce êxtase ou no repouso da oração. Nada indicava que alguma tentação lhes perturbasse a paz intima que gozavam.
Era a recompensa dos mais fervorosos devotos de São José, que a Santa conhecera em sua vida.
Um célebre Missionário Marista estava à morte e sorria. Exclamou: - eu sempre tive muito medo da morte. Hoje não. Há dez meses que só penso nela em minhas meditações e há vinte e cinco anos que rezo todos os dias a São José a oração pedindo a graça de uma boa morte. Tenho a certeza que fui ouvido. E expirou placidamente.
Ó, invoquemos com todo o fervor o Padroeiro dos Agonizantes e à hora da morte veremos como ele nos há-de valer!


Pe. Ascânio Brandão 

Oração a São José, modelo e padroeiro dos devotos do Santíssimo Coração de Jesus

Ó! glorioso São José, a bondade
do vosso coração é sem limites e inefável;
generosamente abrem-se as
vossas mãos, ó! nosso amado Pai, aos
dons preciosíssimos da graça celestial,
da qual sois o tesoureiro. Ah!
que nem um só dos vossos servos
possa dizer que vos invocou em vão.
Que todos venham, que todos se
apresentem ante o vosso trono e invoquem
vossa intercessão, a fim de viverem
e morrerem santamente, a vosso
exemplo, nos braços de Jesus e
de Maria Santíssima. Amém.
Ó! São José, modelo e padroeiro
dos devotos do Santíssimo Coração
de Jesus, rogai por nós.


(100 dias de indulgência)

São José e Santa Terezinha

A devoção ao Santo Esposo de Maria era tradição na abençoada família de Santa Terezinha do Menino Jesus. Na "História de uma alma" escreveu a Santa: "Desde a mais tenra idade que em minha alma se confundiam o amor de São José com o da Santíssima Virgem".
Em suas poesias tão belas, ao falar da Sagrada Família de Nazaré, com que ternura recorda a humildade, o amor e a dedicação de São José! Zélia Guerin, a piedosa mãe da Santa, devotíssima do Santo Patriarca, a ele confiava todos os negócios e sofrimentos.
Deu aos filhos, os dois meninos que teve, o nome de São José: José Luís e José João Baptista. Ambos voaram para o céu em tenra idade. A esperança de um filho missionário desvaneceu-se. Todavia, continuaram os piedosos esposos a rezar e Nosso Senhor deu-lhes mais que um simples missionário - a Padroeira de todos os Missionários. Aos 2 de Janeiro de 1873 nasceu em Alençon a Terezinha. Pouco depois do Batismo a pequena definha e parece querer seguir o caminho dos anjinhos já partidos para o céu. O médico aconselha a procurar uma boa e sadia ama de leite como última tentativa. Esta ao chegar encontra a criança em lastimoso estado, e abana a cabeça - Pobrezinha! É tarde demais! Já não há mais remédio...
A pequenina lívida, com sinais de agonia.
Zélia subiu ao segundo andar e recolheu ao quarto. Não lhe sobravam mais forças para assistir à agonia de mais uma filhinha, e em tão pouco tempo. Todavia, não se julgou vencida, e ao contemplar a imagem de São José, seu querido protetor de todas as horas, caiu de joelhos e exclamou cheia de confiança: - Meu querido São José, eu não me dou por vencida! Sois o padroeiro das causas desesperadas, valei-me!
Desce. E que alegria inesperada! A criança toma o peito da ama. A felicidade foi momentânea. São José queria experimentar a confiança da sua serva. A Terezinha, após este sinal de vida, cai desfalecida novamente. Nem um sopro de vida. Zélia, banhada em lágrimas, suspirou resignada: Seja feita a vossa vontade, meu Deus! Meu São José eu vos agradeço a morte suave que permitistes ao meu anjinho!
De súbito, com geral estupefação, Terezinha abre os olhos, reanima-se e sorri para a mãe. A agonizante de há poucos minutos estava salva. São José fez o milagre.

Adoráveis orações


Bom São José, eu vos ofereço o meu coração para dá-lo a Jesus!

Poder e eficácia do nome de São José

O nome bendito de José, mil vezes pronunciado por Jesus e Maria na intimidade de trinta anos na casa de Nazaré, nome santificado nos lábios do próprio Deus e da Mãe de Deus, nome querido e cheio de bençãos, não há-de ser poderoso e cheio de eficácia invocado em nossas necessidades e misérias da vida terrena? Os próprios anjos louvam o nome de José. Observa o piedoso Pe. Huguet: Vede como os espíritos angélicos respeitam a santidade e a pureza do nome de José! A primeira vez que o Anjo aparece a São José chama-o: José, filho de David, isto é, chamou-o pela nobreza real a que pertencia.
A Ezequiel diz o Anjo: Levanta-te, Filho do Homem! A Pedro diz: Levanta-te depressa - Escreve o que vês, diz a São João. Só a São José é que o Anjo chama pelo nome próprio e o trata como um príncipe da estirpe de David: - Joseph, fili David. Só São José teve a honra de ver o seu nome junto aos nomes de Jesus e Maria. Depois do nome de Jesus e do nome bendito de Maria, nenhum nome é mais poderoso no céu e na terra. Nome que é o terror do inferno e alegria do céu.
Santa Teresa experimentou o poder e eficácia do nome do Santo Esposo de Maria e afirmava: - Nunca invoquei o nome de São José e deixei de ser atendida. É um nome poderoso para afastar as tentações, inspirar bons pensamentos, salvar-nos nos perigos e ajudar-nos na luta contra o pecado. Não se pode imaginar o poder do nome de São José e quanto Deus nos atende ao invocá-lo!
Santa Gertrudes em suas revelações viu a glória de São José no céu. O glorioso Esposo de Maria num trono de esplendores e ao se pronunciar o seu nome os Anjos e os Santos se inclinavam.
Maria Santíssima para dar uma prova de amor ao beato Herman, o angélico menino da ordem Premonstratense, muda-lhe o nome para o de José. A Santa Margarida de Cortona recomenda Nosso Senhor que não passe um só dia sem invocar o nome de seu Pai Adotivo. Pois se é tão grande e honrado pelo próprio Deus e por Maria o nome de São José, como não há-de ser poderoso invocado por nós com muita confiança e devoção!
O nome de São José tem um poder singular para excitar a nossa fé, afugentando as tentações, e nos valer em nossas necessidades. Nunca o separemos dos nomes de Jesus e Maria.


Pe. Ascânio Brandão

O nome de São José

O nome de São José no Evangelho

Na Sagrada Escritura os nomes têm um sentido profundo e belo, traduzem a Missão de quem o possui. O teu nome, diz o senhor a Abraão, não será mais Abrão mas Abraão, porque eu te destinei a ser pai de muitos povos.
A Jacob diz: - O teu nome não mais será Jacob, mas Israel, porque se contra Deus foste forte quanto mais serás contra os homens.
A Simão diz Jesus quando lhe confia a missão de Chefe da sua Igreja: Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja.
O nome traduz uma missão, não é imposto arbitrariamente. O filho de Jacob fora chamado José. José, diz a Escritura, filho que cresce, filho que cresce e de formoso aspeto.
José, diz São Jerónimo, quer dizer acréscimo, aumento. Ora, a significação deste nome, comenta Santo Alberto Magno, convém àquele que pelas relações com Deus foi elevado acima de todos e pela união com Maria Mãe de Deus e pela paternidade adotiva de Jesus, cresceu, elevou-se mais que todos os mortais. O nome de São José vem repetido muitas vezes no Evangelho. E tal repetição, observa ainda Santo Alberto Magno, indica um desígnio particular da Divina Providência. Deus quer esclarecer e evidenciar a justiça santíssima de São José, escrevendo o seu nome muitas vezes no Evangelho, o Livro da Vida. Quer provar que aquele homem escolhido para esposo de Maria não era desconhecido e quer eternizar a memória do que foi considerado Pai do próprio Deus.
Pode afirmar-se, pois, escreve São Boaventura, que o louvor de São José está no Evangelho. É um nome glorificado pelo Espírito Santo. Nome que veio do céu, nome bendito e inseparável dos santíssimos nomes de Jesus e Maria. Vede como o repetem os evangelistas: José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. Estando Maria já desposada com José - Mas José seu esposo como era justo - José, filho de David não temas receber Maria por tua esposa - E despertando José do sono - Eis que apareceu em sonhos a José - O anjo do Senhor apareceu em sonhos a José dizendo: - levanta-te, toma o Menino e sua Mãe.
São Lucas: - A uma virgem desposada com um homem chamado José da casa de David - E também José subiu da Galileia da cidade de Nazaré à cidade de Belém.
E o julgavam filho de José.
E São João: - Não é ele aquele Jesus filho de José?
Vede quantas vezes repete o Evangelho o nome de José. Não é um nome celeste e cheio de bençãos?


Pe. Ascânio Brandão

A mensageira de São José

Num dos quarteirões de Paris residia uma família dotada de alguma fortuna. Um casal e a filha chamada Josefina. Viviam felizes, em prosperidade de negócios. Nada lhes faltava. Imprevidentes, gastavam quanto iam recebendo, sem economias para o futuro e sem cuidado na aplicação das rendas. Um dia caiu enfermo o chefe da casa e maus negócios levaram-nos rapidamente a uma extrema miséria. Deixaram o palacete confortável obrigados pelos credores e foram estabelecer-se em pobre mansarda num dos subúrbios longínquos da grande cidade. Os pobres velhos choravam abatidos e desanimados. Josefina, porém, não perdia a calma e o sorriso habituais. Era boa costureira e bordava com perfeição. Procurava trabalho e dia e noite não descansava. Saía cada tarde a entregar as peças e com o dinheiro recebido comprava o necessário para a casa. Muita vez, no entanto, pobrezinha, voltava de mãos vazias: passavam alguns dias sem alimento suficiente. Resolve procurar uma colocação onde possa contar com ordenado certo cada mês e com trabalho extraordinário e noturno, dar algum conforto aos pais. Entregou a sua causa a São José. O tempo vai passando. Sempre aquela vida atribulada e incerta, semeada de lágrimas, não raro de alguma fome. Aproximava-se a festa do Patrocínio de São José. A moça piedosa e devotissima do Padroeiro de todas as necessidades teve uma ideia original. Entra no quarto pobre, toma uma folha de papel e escreve uma carta a São José pedindo um emprego, um meio de ganhar a vida e sair daquela situação embaraçosa. Ingenuamente assina: Josefina de tal, residente em tal rua - bairro de Paris - costura, borda com perfeição.
Dobra a cartinha, amarra-a com uma fitinha, vai a uma gaiola onde trazia presa uma linda pomba, dependura-lhe o bilhete sob uma das asas, e solta-a dizendo: vai pombinha querida, vai para onde São José te mandar; hoje mesmo venha a resposta do céu. Era um gesto de ingénua e doce confiança no Patrono das causas mais desesperadas. E depois Josefina sentiu-se feliz e tranquila. Não invocara São José em vão. Poucas horas depois um carro pára defronte da porta da humilde mansarda.
Um senhor bem trajado e ainda jovem pergunta:
- Mora aqui a menina Josefina de tal?
- Sim, responde a jovem, sou eu mesma.
- Escreveu a menina este bilhete?
- Sim, e como o foi encontrar?
- Sob as asas de uma pomba que entrou no meu escritório e de lá não queria sair. Observei, trazia ela este bilhete, li-o e aqui estou. Sou devoto de São José. Resolvi abrir esta semana uma fábrica de roupas brancas e bordados. Faltava-me, porém, alguém para ensinar e dirigir as primeiras operárias. Pedi a São José que ma arranjasse. Providencialmente, entra-me a pombinha pelo escritório dentro, encontro este bilhete e venho a saber que aqui a menina Josefina e seus pais sofrem privações. Permita-me menina que lhe ofereça já uma quantia para solver os compromissos de que fala no bilhete, e quero desde já contratá-la para dirigir a minha oficina.
Os velhos pais choravam de alegria e da mais profunda gratidão.
- Como São José é bom! disseram todos juntos.
Em breve Josefina estava à frente das oficinas bastas, no centro de Paris.
O patrão pôs-se a observá-la e notou ser a jovem de fina educação, bondosa, modesta, rica de prendas.
E, de uma simpatia mútua chegaram ao noivado e ao casamento. Os negócios prosperaram. Voltaram os bons tempos de outrora. No lugar de honra do salão principal do palacete, foi colocada uma bela estátua de São José. E, aos pés da imagem, uma pombinha branca embalsamada, e em letras doiradas no pedestal : - "A mensageira de São José".


A graça de uma boa morte

Numa paróquia da Diocese de Lyon, em França, ficou sempre lembrado o exemplo edificante de um grande devoto de São José. Com a idade de 86 anos, em 1859, faleceu este bom velhinho como um predestinado. Devotissimo de São José, todos os dias pedia ao santo uma graça -  a de uma santa morte. Recitava nesta intenção fervorosas orações de manhã e à noite. Todas as quartas feiras jejuava e dava esmola aos pobres em honra de São José para alcançar a graça da perseverança final. A festa de 19 de Março cada ano era o seu encanto. Com que piedade a celebrava! Durante 50 anos jamais deixou um só dia de pedir a São José a graça de uma boa morte.
A 15 de Março de 1859 caiu gravemente doente. Pediu e recebeu com muita fé os últimos sacramentos. Comoveu a toda a família a piedade do bom velhinho. Disse então: - no dia de São José, no dia 19, mandem celebrar uma missa por minha intenção e quero que rezem aqui as orações dos agonizantes enquanto se celebrar a missa na Matriz.
À hora da consagração os sinos deram o sinal na torre e o velho levantou os olhos para o alto, cruzou os braços sobre o peito em forma de cruz e pronunciou distintamente: - Jesus! Maria! Meu São José! e expirou docemente, sem uma contração da face, como se dormisse. Morria no instante do "Memento" dos mortos. Era a recompensa dos cinquenta anos de oração perseverante a São José, pedindo uma boa morte. 

Como foi a morte de São José?

Recorramos à tradição. Nas igrejas do Oriente, no dia 19 de Março, nos primeiros séculos, cada ano, diz Izidoro de Isolanis, se costumava ler com toda a solenidade ao povo, uma piedosa narração da morte de São José. O Bispo dava a benção, sentava-se no meio da assembleia e ordenava ao leitor fizesse, em voz alta, a leitura da piedosa narração seguinte:
"Eis chegado para José o momento de deixar esta vida. O Anjo de Deus lhe apareceu e anunciou ter chegado a hora de abandonar o mundo e ir repousar com seus Pais. Sabendo estar próximo o seu último dia, quis visitar pela última vez o Templo de Jerusalém, e lá pediu a Deus que o  ajudasse na hora derradeira. Voltou a Nazaré e, sentindo-se mal, recolheu-se ao leito. E dentro em breve o seu estado se agravou. Entre Jesus e Maria, que o assistiam carinhosamente, expirou suavemente, abrazado no Divino Amor. Oh! morte bem-aventurada! Como não havia de ser doce e abrazada no Divino Amor a morte daquele que expirou nos braços de um Deus, e da Mãe de Deus?
Jesus e Maria choravam ao fecharem os olhos de José. E como não havia de chorar Aquele mesmo Jesus que choraria sobre a sepultura de Lázaro? Vede como Ele o amava! disseram os Judeus. José não era tão só um amigo, mas um Pai querido e santíssimo para Jesus?"
Gerson acrescenta que Jesus preparou para a sepultura o corpo virginal de seu Pai adotivo, cruzou-lhe as mãos sobre o peito e o abençoou, para que não se corrompesse no sepulcro.
Eis aqui o que podemos saber, pela tradição, da morte de São José.
A Igreja canta no Ofício litúrgico de 19 de Março, confirmando a tradição:
"O nimis felix , nimis o`beatus, cujus extremam vigiles ad horam.
Christus et Virgo simul astiterunt ore sereno!
Ó, mil vezes feliz e bem-aventurado aquele que na hora extrema teve junto de si Cristo e a Virgem!"

São José tarda mas não falta

Conta um missionário Redentorista, o Pe. H. Santrain, autor de um belo livro "Le Glorieux Saint Joseph", o fato seguinte: - Corria o ano de 1862, quando pregava um dia sobre São José, na missão de uma cidade, logo após o sermão veio procurar-me uma viúva muito queixosa e amargurada por um filho de vinte e cinco anos, dado à ociosidade e ao vicio. Havia feito uma novena fervorosa a São José para obter uma boa colocação já em vista para o moço. Para melhor obter a graça deixou a tibieza em que vivia, resolveu confessar-se e comungar, o que já não fazia havia vários anos, e preparou-se fervorosamente para a festa  de 19 de Março. Três dias depois da festa voltou ao missionário verdadeiramente desolada e aflita.
- Ó meu padre, V. Revma. pode pregar quanto quiser e a quem quiser que São José não recusa favor algum a quem lhe suplica, tanto no temporal como no espiritual. Quanto a mim, sou uma desiludida de São José. Pedi com tanta confiança e mil vezes a graça da colocação de meu filho. Nunca rezei e fiz tanto na piedade e com tamanha confiança...ai! e São José faz-me esta! Não rezo mais a São José. Não, mil vezes não! São José não me atende!
- Então, minha filha, que aconteceu?
- Meu filho ia ser colocado no emprego que tanto desejei e pedi para ele. Tudo estava já preparado. E na hora, rejeita, abandona, continua no vicio, na vadiação, e ainda pior do que antes. A pobre mãe soluçava:
- Ai! Meu São José! Não quisestes ouvir-me. Todos recorrem a São José e alcançam o que pedem. Só eu não sou atendida. Não creio no poder de São José para comigo!
O missionário calou-se um instante, e depois com energia: - Não seja ingrata nem fale assim como insensata, minha senhora. Pois não vê que São José atendeu o pedido? Não conseguiu o emprego? Então só porque seu filho recusa a graça, tem a culpa São José?! Cale-se, peça perdão a São José e volte a pedir-lhe humildemente a conversão de seu filho. A pobre mãe caiu em si, humilhou-se e voltou a rezar de novo ao Santo Patriarca. Na semana seguinte antes do final das pregações veio alegre dar a boa nova: - Meu bom padre, perdoe-me a queixa insensata de São José. Meu filho converteu-se, foi ele mesmo procurar o emprego e ainda felizmente o achou. Trabalha contente, é outro rapaz. Bendito seja meu São José! Hoje somos felizes eu e meu filho, graças à proteção de São José!


Era velho São José?

Quando se uniu à Virgem Santíssima em matrimónio, que idade tinha São José? 

Há três opiniões diversas. Uns afirmam que era jovem como Maria, para que melhor a pudesse auxiliar e servir como esposo. Antigos Breviários aplicam a Maria e José aquela passagem de Isaías: 
Habitará o jovem com a Virgem e o esposo se alegrará com sua esposa. Outros opinam pela idade avançada do Santo Patriarca. Santo Epifânio, por exemplo, chega a dizer que José se casou aos oitenta anos de idade. 
A grande maioria porém é de opinião que não era jovem nem velho, mas de idade viril entre os trinta e quarenta anos. 
A Madre Agreda, autora da obra tão discutida “Mística Cidade de Deus”, diz que tinha São José, ao desposar Maria, a idade de 33 anos. 
Não tem fundamento a opinião da velhice do Santo Patriarca no matrimónio. Apresentar São José como erroneamente o fazem alguns artistas, como velho, alquebrado, decrépito, é um absurdo! Em primeiro lugar é contra o fim do matrimónio do Santo Esposo da Virgem, que era velar a honra de Maria e a legitimidade de Jesus e ocultar aos olhos dos homens o mistério da Encarnação. Ora, como se poderia dar isto se São José fosse velho octogenário e Maria uma donzela de 16 anos? 
E depois, como poderia São José ajudar e proteger Maria e Jesus nas longas viagens, nas lutas e trabalhos para sustentar a Sagrada Família durante trinta anos, tendo casado já velho e até octogenário? 
E finalmente num matrimónio tão perfeito como deveria ser o de José e Maria, não deveria existir uma proporção perfeita na idade como na virtude? 
O Evangelho indica-nos a idade viril de São José pois chama-o vir, isto é, varão. Esta palavra indica homem robusto, forte, nem velho nem demasiado jovem, homem adulto e viril. As palavras de Isaías: habitará o jovem com a Virgem, têm um sentido místico, não podem servir de argumento a favor da juventude de São José. 
No século IV as imagens do Santo Patriarca representam-no sem barba, adulto, forte, viril. Donde se pode concluir com toda segurança que São José não era velho ao desposar a Virgem. Nem tão jovem como sua esposa, mas um varão adulto: vir.
Uma falsa e mal esclarecida piedade fez com que artistas, sobretudo medievais, representassem São José velho para melhor realçar a pureza de Maria. A Virgem Imaculada e seu Santo Esposo não receberam de Deus o dom da mais alta santidade e de uma pureza maior que a dos Anjos para merecerem a honra de tratarem na intimidade o Deus de toda a pureza? Por que, pois, havia necessidade da velhice de São José para guardar a virgindade de Maria? 
Tal opinião, mais que absurda, é injuriosa.


Pe. Ascânio Brandão

Bendita seja vossa pureza!

"Bendita seja vossa pureza,
e eternamente o seja,
pois o céu se recria
em tão graciosa beleza.
Por vossa dignidade excelsa,
casto Esposo de Maria,
Pai meu!, neste dia
ofereço-vos o coração,
olhai-me com compaixão,
assisti-me na agonia".


De um carmelita em Mallorca, 1958

Devoção às dores e alegrias de São José: origem

Qual a origem desta devoção às dores e alegrias de S. José?

Navegavam dois Padres Franciscanos nas costas da Flandres, quando se levantou uma horrenda tempestade e o navio em que viajavam submergiu com os trezentos passageiros que levava. A Divina Providência permitiu que se salvassem os dois franciscanos sobre umas tábuas nas quais navegaram três dias entre a vida e a morte. 
Lembraram-se de S. José naquelas horas de angústia. Recomendaram-se fervorosamente ao Santo Esposo de Maria. No mesmo instante aparece-lhes um homem cheio de majestade e bondade, oferece-se para guiá-los sobre as tábuas e os conduz rapidamente a um porto, onde saltaram para terra. Os dois frades caíram de joelhos aos pés do seu salvador, num agradecimento comovido. 
—Quem és? Perguntaram-lhe curiosos. 
— Eu sou José, Esposo de Maria e Pai Putativo de Jesus. Se quereis agradecer-me e fazer alguma coisa que me seja agradável, não deixeis de rezar cada dia e devotamente sete vezes o Pai-Nosso e sete vezes a Ave-Maria, em memória das sete dores com as quais minha alma foi afligida na terra, e em memória das sete alegrias que consolaram meu coração quando vivi no mundo com Jesus e Maria. 
E ditas estas palavras desapareceu. 
Daí veio a propagação desta prática tão bela de piedade, a mais popular e a mais agradável a S. José.
Esta devoção tão conforme ao Evangelho é uma lembrança dos mistérios adoráveis da Infância de Jesus. A Igreja a enriqueceu de indulgências. É como que o Rosário de S. José. O que a devoção do Rosário é para Nossa Senhora, assim as Sete dores e sete alegrias para São José. Não há melhor prática de devoção em honra de S. José.

Lenda do Manto de São José

É uma lenda, não mais que uma lenda. Uma bela e piedosa lenda que tem passado oralmente entre os devotos de São José, geração após geração, desde há séculos. Partilho-a com os leitores do blog.


Por aqueles dias, São José devia dirigir-se às montanhas de Hébron, onde tinha ajustado um carrego de madeira; mas vinha adiando a partida dia após dia, na tentativa de reunir o dinheiro necessário. Porém, em vão! Os dias passavam e José não conseguira reunir senão metade do dinheiro. E o caso é que já não podia esperar mais; era preciso servir os clientes e portanto ir buscar a madeira.

- Se vos parece bem - disse-lhe a Santíssima Virgem -, pedirei emprestado aos parentes o dinheiro que falta.
- Eu mesmo irei - respondeu São José.
- Não, esposo meu - suplicou Maria -; deveis fazer uma longa viagem e não vos deveis cansar - e cobrindo a cabeça segundo o costume, saiu de casa. Ao regressar disse-lhe:
- Não há dinheiro. Pedi em várias casas e todas se desculparam; com certeza não o têm porque se o tivessem, porque se negariam a emprestá-lo? Mas pensei uma coisa, - continuou Maria, ocultando sob um doce sorriso o sentimento do seu coração -;...pensei que podíeis deixar o vosso manto como garantia até poder pagar e com isso o dono da madeira com certeza dar-se-ia por satisfeito.
- Pensastes bem - disse São José, baixando os olhos, para que a sua virginal esposa não os visse rasos de lágrimas.
- Adeus, esposo meu - disse Maria ao despedir-se -. O Deus de Abraão vos acompanhe e o seu Anjo vos guie.
- Adeus esposa minha; procurarei regressar depressa.

E partiu o santo com a metade do dinheiro e o manto novo que Maria lhe oferecera no dia do casamento.

***
- Deus te abençoe Ismael, disse o pai adotivo de Jesus de modo cortês ao chegar à presença do dono da madeira contratada.
- Vens buscar a madeira? - foi a resposta à saudação de José -; bem podias ter vindo antes; pouco faltou para que ficasses sem nenhuma.

Ismael tinha mau feitio, era um avarento sem coração, a sua casa nunca conhecera a paz, a sua paixão era o dinheiro e tudo isto sabia José desde que negociava com ele; por isso já podemos imaginar a aflição que sentia o humilde carpinteiro por ter que declarar o estado das suas finanças. Escolheu a madeira, pondo-a de lado, e chegado o momento chamou à parte Ismael e falou-lhe assim:

- Não trago comigo senão a metade do dinheiro; mas tu sabes que sempre te paguei até à ultima moeda. Tem um pouco de paciência e pagar-te-ei até ao ultimo quadrante; entretanto fica com este manto como garantia.

Ismael protestou e voltou a protestar, de tal modo que esteve a ponto de desfazer o negócio; mas no fim lá acabou por ceder, se bem que de mau grado, ficando com o manto do casamento de São José como garantia até que este pudesse pagar.

O avaro Ismael tinha doentes os olhos desde havia tempo e apesar de inverter muito dinheiro em medicinas e médicos não conseguira ainda recuperar a saúde; tinha já perdido a esperança de se curar, pelo que foi grande a sua surpresa quando na manhã seguinte a este dia constatou que os seus olhos estavam sãos como se nunca tivessem estado doentes.

- Mas o que é isto?! - perguntava-se -. Ontem doentes com úlceras incuráveis, e hoje sãos sem medicina alguma!

Não atinava Ismael com a razão de tudo aquilo e ao chegar a casa contou à esposa o prodígio. Eva, que assim se chamava a mulher, era uma verdadeira serpente, tinha um génio de fera, e desde que casara com Ismael jamais havia tido paz, nem tranquilidade, nem gosto no matrimónio; mas aquela noite parecia um cordeiro. Que doçura a das suas palavras! Que mansidão! Que alegria no seu rosto antes sombrio e enrugado pela ira! "Que é isto? Que mudança é esta? Quem traria tal mudança?" - perguntava-se Ismael.

- Toma este manto e guarda-o - disse Ismael a Eva -. É de José, o carpinteiro de Nazaré, e há-de voltar por ele. Este manto deve ser a explicação de tudo o que está a acontecer - pensou para si Ismael -. Desde que o tenho em meu poder sinto em mim tal mudança, tais afetos e tais desejos, que não pode ser outra a causa. Ouviram então barulho no estábulo e, terminando a conversa, acudiram para ver do que se tratava.

Uma vaca, a melhor, a mais gorda, retorcia-se no chão. Pobre animal! Apesar dos remédios que ambos esposos lhe administravam não melhorava; pelo contrário, parecia ir apagar-se a qualquer momento. Lembrou-se então Ismael do manto de José e comunicou a Eva os seus pensamentos; nada tinham a perder; mas se a vaca se curasse, saberiam que o manto era a causa da sua sorte e do bem-estar que desfrutavam.
Assim que lhe puseram o manto em cima o animal levantou-se do chão onde antes se retorcia e pôs-se a comer como se nada tivesse acontecido.

- Vês? - disse Ismael -, este manto é um tesouro. Desde que está em nossa posse somos felizes. Conservemos este presente dos céus; não nos desprendamos dele nem por todo o ouro do mundo.
- E não o devolveremos ao dono? - perguntou Eva inquieta.
- Não lho devolveremos - respondeu Ismael resolutamente.
- Então - disse Eva - vamos comprar-lhe outro melhor que este no mercado de Jerusalém e, se te parece bem, iremos os dois levar-lho.
- Sim - respondeu o marido -. Eu perdoo-lhe a divida e estou disposto a dar-lhe daqui em diante toda a madeira que ele necessitar.
- Não disseste que tem um filho chamado Jesus? - perguntou Eva -. Levar-lhe-ei de presente um par de cordeiros brancos e um par de pombas alvas como a neve. E a Maria, azeite e mel. Parece-te bem, esposo meu?
- Tudo me parece excelente - respondeu -. Amanhã iremos a Jerusalém e dali a Nazaré.

Já estavam os camelos preparados para a viagem quando chegou ofegante um irmão mais novo de Ismael dizendo que a casa de seu pai estava a arder e era preciso levar o manto do carpinteiro para apagar o incêndio. Não havia tempo a perder. Os dois irmãos correram precipitadamente para casa do pai e ao chegar cortaram um pedaço do milagroso manto e atiraram-no ao fogo. Não foi necessário derramar uma só gota de água; aquilo foi o bastante para apagar o incêndio. As gentes admiraram-se ao ver tal prodígio e louvaram o Senhor.

- Que aconteceu? - perguntou Eva ao vê-los de volta - Já se extinguiu o fogo?
- Sim - respondeu o esposo satisfeito -; um pedaço do manto bastou para realizar o milagre.

Dias depois apeavam-se dos camelos à porta do carpinteiro de Nazaré. Ismael, o antigo avarento, e Eva sua esposa, vinham cheios de humildade prostrar-se aos pés de José e Maria e trazer-lhes vários presentes. Ao vê-los, São José e a Santíssima Virgem Maria pensaram que vinham reclamar o dinheiro em falta e encheram-se de tristeza, pois ainda não tinham conseguido reuni-lo. Mas ao entrarem na casa onde José, Maria e o Menino Jesus se encontravam, puseram-se ambos de joelhos e tomando Ismael a palavra disse:

- Vimos, minha esposa e eu, agradecer-te pelos imensos bens que recebemos do céu desde que me deixaste o manto como garantia; e não nos levantaremos daqui sem obter o teu consentimento de ficarmos com ele para que continue a proteger a minha casa, o meu casamento, os meus interesses e os meus filhos.
- Levantai-vos - disse José, estendendo as mãos para os ajudar.
- Oh, Santo Profeta! - respondeu Ismael num arroubo espiritual -; permite ao teu servo que fale de joelhos e ouve estas palavras: os meus olhos estavam doentes e o teu manto curou-os; era usureiro, altivo, rancoroso e homem sem coração e converti-me a Deus; minha esposa estava dominada pela ira e agora é um anjo de paz; deviam-me grandes quantias de dinheiro e cobrei tudo sem trabalho algum; estava doente a melhor das minhas vacas e curou-se de repente; incendiou-se a casa de meu pai e extinguiu-se o fogo instantaneamente ao atirar para o meio das chamas um pedaço do teu manto.
- Louvado seja Deus por tudo! - disse baixando os olhos o santo Carpinteiro -. Levantai-vos, que não está bem que estejais de joelhos diante de um homem tão humilde como eu.
- Ainda não terminei - respondeu Ismael -. Tu não és um homem como os outros, mas um Santo, um Profeta, um Anjo na terra. Trazemos-te um manto novo, dos melhores que se tecem em Sídon; a Maria tua esposa trazemos-lhe azeite e mel, e a Jesus, teu filho, oferece-lhe minha esposa um par de cordeiros brancos e um par de pombas mais alvas que a neve do Líbano. Aceita estes humildes presentes, dispõe da minha casa, do meu gado e dos meus bosques, das minhas riquezas, de tudo o que possuo e...não me peças de volta o teu manto!
- Ficai com ele! - disse o santo Carpinteiro -; e graças, muitas graças pelas vossas ofertas.

E enquanto se levantavam do chão e aproximavam os presentes, disse-lhes Maria - sabei, bons esposos, que Deus determinou benzer todas as famílias que se coloquem sob o manto protetor do meu santo esposo. Não vos espantem pois os prodígios operados; outros maiores vereis; amai José, servi-o, guardai o manto, dividi-o entre os vossos filhos, e seja esta a melhor herança que lhes deixeis no mundo.

...E é sabido que os esposos guardaram fielmente os conselhos da Santíssima Virgem Maria e foram sempre felizes, assim como os seus filhos e os filhos dos seus filhos.

Relíquias de Sâo José

Há relíquias de São José? Sim, a tradição guarda alguns objetos e venera-os como relíquias do Santo Patriarca. 

S. Francisco de Sales, argumentando em favor da Ressurreição de S. José e da glória do santo em corpo e alma no céu, apresenta a razão de ninguém ter encontrado o corpo de S. José no seu sepulcro. E por isso, diz o Santo Doutor, não temos relíquias do corpo santíssimo de José

A tradição conserva alguns objetos.


O anel nupcial é uma jóia que se conserva em Perúsia. Foi trazido para Itália no século XI. Foi objeto de lutas entre as cidades de Perúsia e Clusi, que lhe disputavam a posse. Inocêncio VII decidiu a questão em favor de Perúsia, mas sem decidir coisa alguma sobre a autenticidade da relíquia.

vara de S. José venera-se na Igreja de N. Senhora dos Anjos em Florença. Foi trazida do Oriente pelo Cardial Bessarion por ocasião do Concílio Ecumênico em 1439.

O manto de S. José foi dividido em várias partes. Umas conservam-se na Igreja de Santa Anastácia, em Roma, outras na Basílica de Santa Cecília, em Assis, e em Bolonha.

cíngulos de S. José venera-se em Joinville, na França. É de cânhamo, mede um metro de comprimento e quatro centímetros de largura. Está encerrado num relicário de marfim com os dizeres: “Hic est cingulus, quo cingebatur Joseph sponsus Mariae”. A relíquia veio da Palestina em 1248, trazida por Joinville, grande devoto de S. José.
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